Você está esperando um bebê.
Um passo muito importante agora é procurar o seu médico para iniciar o
pré-natal. Mas, afinal o que é e para que serve o
pré-natal?
O pré-natal é um
acompanhamento da evolução da gestação, em geral realizado pelo obstetra, que
visa cuidar da saúde da mulher e de seu bebê até que o parto ocorra. Vai além do
cuidar da saúde física, pois é durante o pré-natal que o médico orienta a mulher
sobre sua gravidez, os cuidados que ela deve ter neste período, a nutrição,
exercícios, trabalho de parto, parto, aleitamento e outros temas. Há a
oportunidade de conversar sobre suas dúvidas e seus medos, de ter um apoio.
Algumas vezes outros profissionais de saúde, além do obstetra, são requisitados
para avaliar e/ou orientar a gestante.
Vamos procurar falar um pouco
sobre cada um destes temas.
Em relação ao acompanhamento
médico da gestação, a primeira consulta deve ser realizada o mais precocemente
possível, não devendo ultrapassar o primeiro trimestre da gravidez. Nesta
primeira consulta, o médico faz o exame físico e ginecológico (não há risco em
ser examinada, e é importante o exame para verificar se está tudo bem) e alguns
exames serão solicitados.
Os exames realizados pela
coleta de sangue e considerados obrigatórios são o hemograma (para avaliar
anemia), glicemia (para saber se você tem diabetes), tipo de sangue (a gestante
com tipo sangüíneo Rh negativo, com parceiro Rh positivo, necessita de
acompanhamento e orientação) e exames para avaliação de infecções: VDRL
(sífilis), HbSAg (hepatiteB), HIV (Aids), sorologia para toxoplasmose e rubéola.
As gestantes também fazem exame de urina e papanicolaou (este, se estiver na
época de realização).
O primeiro exame
ultrasonográfico é realizado após 07semanas, não devendo ultrapassar a 14ª
semana de gestação. Tem se optado por realizar uma ultrasonografia obstétrica
morfológica de primeiro trimestre, se for possível, entre a 11ª e a 14ª semana
de gestação, no sentido de ser feito um primeiro rastreamento de malformações
congênitas.
Nesta primeira consulta, se
prescreve uma vitamina, o ácido fólico, para ajudar na prevenção de malformações
congênitas. O ideal é que a mulher comece a tomar esta vitamina desde o momento
em que deixa de evitar a gravidez, pois seria bom que no momento da concepção
esta prevenção já estivesse em prática.
As consultas de pré-natal
serão mensais até o oitavo mês. A partir daí passarão a ser quinzenais e no
último mês, até o parto, serão semanais. Em nenhuma circunstância a gestante
poderá ser dispensada de consultas de pré-natal antes do parto ocorrer. Isto que
dizer: as consultas no último mês de gestação devem ser semanais, pois algumas
complicações podem ocorrer neste período, e, também, é quando as dúvidas sobre
os sinais do trabalho de parto mais aparecem. Em todas as consultas a mulher
deverá ser pesada, sua pressão arterial deverá ser medida, e a partir do 4º mês
ter medida a altura de seu útero (que indiretamente avalia o crescimento do
feto), além de ser ouvido os batimentos cardíacos do feto.
Em geral se realiza um exame
ultra-sonográfico em cada trimestre da gestação. Porém, lembre-se, nada
substitui a consulta de pré-natal e o exame obstétrico bem feito. A
ultrasonografia é um exame complementar.
ATIVIDADES FÍSICAS
Converse com o seu médico
sobre as atividades físicas durante a gravidez: As consideradas de baixo risco
são as indicadas, pois ajudam na diminuição do stress mecânico sobre as
articulações e têm um efeito diurético (aumentam a produção de urina), além de
outras vantagens. São elas: hidroginástica, caminhada, dança, natação (como
atividade física, não como exercício físico, que implica em ritmo, freqüência e
duração e nem como esporte, que implica em performance e competição), ciclismo,
yoga. Podem ser realizadas na gestação, se não houver alguma contra-indicação
clínica, por, no máximo, trinta minutos diários, de 3 a 5 vezes por
semana.
As consideradas de médio
risco devem ser realizadas com cuidado e vigilância, somente por aquelas
gestantes que já realizavam tais atividades de forma habitual, e que têm preparo
físico. Exemplo: ginástica, aeróbica, tênis, musculação, patinação. Mesmo nestas
gestantes estas atividades não devem ser realizadas no último mês de
gestação.
Está contra-indicada na
gestação a prática de vôlei, hipismo, mergulho.
ALIMENTAÇÃO E GANHO DE PESO DURANTE A GESTAÇÃO
A gestante não deve engordar
mais do que doze quilos durante a gestação. O ganho muito rápido ou excessivo de
peso é prejudicial a gestante e seu bebê pois, entre outras complicações, pode
ser fator desencadeante da pressão alta específica da gravidez e/ou da diabetes
gestacional, com conseqüências ruins a ambos.
Portanto, a mulher não deve
comer por dois, mas, deve ter uma alimentação saudável já que, ganhar pouco peso
(menos de 7Kg) também pode ser prejudicial. A grávida deve ter uma dieta
fracionada (comer pequenas quantidades, várias vezes ao dia), evitando o jejum
prolongado (maior do que 6 horas), prejudicial ao feto e que também pode
acarretar mal-estar na mãe devido à hipoglicemia (pouco açúcar no sangue).
Também deve evitar encher o estômago de uma vez, o que pode acarretar mal-estar
e azia, devido à digestão mais lenta da gestante e refluxo do estômago para o
esôfago.
Engordar demais não é bom,
mas, querer manter o peso ou ganhar muito pouco, deixa a mulher susceptível a
complicações e conseqüentemente o bebê poderá ser afetado.
A dieta deve ser balanceada,
incluindo vitaminas e sais minerais (frutas e verduras), proteínas (leite,
carnes e cereais), fibras (verduras, aveia, milho, trigo, frutas), gorduras e
carboidratos (pães, massas, doces etc), estes dois últimos são alimentos
energéticos, os quais devem ser consumidos com moderação.
A partir do segundo trimestre
da gestação, aumentam as necessidades de ferro, proteínas e cálcio, pois o bebê
inicia a fase de crescimento rápido. Coma fígado e outras carnes, feijão,
vegetais verde-escuros e frutas, como laranja e limão, que ajudam a prevenir a
anemia por falta de ferro. O médico também costuma iniciar uma suplementação de
ferro, através de comprimidos nesta fase. Não se esqueça do leite e seus
derivados (queijo, iogurte etc.) que são importantes para a formação dos ossos e
dentes do bebê.
Esta é uma orientação básica
sobre a dieta durante e gravidez. Siga as orientações do profissional que está
acompanhando seu pré-natal, pois existem situações em que há necessidade de
restringir algum tipo de alimento ou de recomendar a ingestão maior de outro, na
decorrência do peso inicial da grávida, presença de alguma doença (como
hipertensão, diabetes etc.) e outros fatores, que necessitarão de orientação
específica.
A Importância do Pré
Natal
Segundo a Organização Mundial
da Saúde "Assistência Pré-Natal" é um conjunto de cuidados médicos,
nutricionais, psicológicos e sociais, destinados a proteger o binômio feto/mãe
durante a gravidez, parto e puerpério, tendo como principal finalidade a
diminuição da morbi-mortalidade materna e perinatal.
O ideal seria que todo o
Pré-Natal fosse iniciado tão logo o desejo pela maternidade se manifestasse.
Sendo assim, o casal já se planejaria para dar início a uma gestação, gozando de
plena saúde. Porém, como na grande maioria das vezes, isso não é possível,
deve-se dar início ao pré-natal tão logo a gravidez seja suspeitada ou
confirmada.
A gestação é um período de
intensas transformações físicas e emocionais, onde cada mulher vivencia de forma
distinta, diferindo também entre as várias gestações de uma mesma mulher. Essas
mudanças podem gerar medos, dúvidas, angústias, fantasias, ou simplesmente
curiosidade em saber o que se passa no interior de seu corpo. É nessa hora, que
se faz importante um acompanhamento multidisciplinar da gravidez oferecido nos
"Cursos de Preparação Para o Parto", pois, respostas diretas e seguras, são
significativas para o bem estar do casal e do bebê.
Na primeira consulta com o
obstetra, o exame é completo, inclusive com avaliação ginecológica. Todas as
informações sobre o histórico de doenças da família deve ser fornecido, e a
mulher pode aproveitar o momento para expor todas as suas dúvidas sobre as
futuras transformações do seu corpo. Serão pedidos exames laboratoriais, com o
objetivo de se detectar algum problema materno que possa afetar a saúde do bebê
e o bom andamento da gestação: Hemograma, Sorologia para sífilis rubéola,
toxoplasmose e HIV, Glicemia, Grupo sanguíneo e Rh, Urina, Fezes, Papanicolau, e
outros que o obstetra julgar necessário. Esses exames serão repetidos durante o
decorrer da gestação para a confirmação do estado de saúde da gestante e do
bebê, ou quando o obstetra julgar necessário.
A Ultra-sonografia é
importante para se avaliar a idade gestacional, e alguns problemas com o bebê ou
com a mãe, tais como má-formações, descolamento placentário, gravidez nas
trompas, entre outros. Modernamente, há exames de líquido amniótico que podem
ser feitos entre a 14ª e 18ª semanas de gestação para verificar riscos de
anomalias do bebê como Síndrome de Down e más formações do tubo
neural.
O intervalo entre as consultas deve ser
de 4 semanas, onde é avaliado o estado geral da gestante, pressão arterial,
crescimento uterino, batimentos cardíacos e movimentos fetais, etc. Após a
trigésima sexta semana, a gestante deverá ser acompanhada de 7 a 15 dias. Frente
a qualquer alteração, ou se o parto não ocorrer até 7 dias após a data provável,
a gestante deverá ter consulta médica assegurada, ou ser encaminhada ao serviço
de referência.Algumas dicas para a consulta
· Mantenha uma pasta com
todos os exames realizados em ordem cronológica, com referências de laboratórios
e datas.
· Tenha sempre à mão o seu
cartão de acompanhamento pré-natal preenchido com todos os dados
importantes.
· Siga rigorosamente os
conselhos médicos, quanto à alimentação, medicação e
exercícios.
· Não falte às consultas e
exames marcados. Mesmo com o acompanhamento Pré-natal adequado, algumas
alterações podem surgir inter-consultas, e devem ser comunicadas ao
obstetra.
São elas
· Inchaço no rosto repentino
(de um dia para o outro) ou inchaço nos pés e tornozelos mesmo após uma noite de
descanso e que perdurarem por mais de 24 horas.
· No final a gravidez, fortes
dores de cabeça, na testa e por detrás dos olhos.
· Visão turva, com inchaço
nos olhos, também durante a segunda metade da gestação.
· Dores abdominais fortes,
principalmente se forem acompanhadas de náuseas e vômitos. Quando forem
acompanhadas de diarréia são menos preocupantes.
· Temperatura corporal acima
de 39º C, associada a tremores.
· Observar movimentos fetais
durante toda a gestação. Após 32 semanas é o período indicado para
cardiotocografia se necessário.
· Suspeita de contato com
pessoas portadoras de doenças virais, principalmente a
rubéola.
· Todo e qualquer tipo de
sangramento, mesmo que indolor, deve ser analisado
imediatamente!
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