sábado, 3 de novembro de 2012

Obstrução nas Trompas


Infertilidade nas mulheres: uma situação difícil
Um em cada seis casais tem que lidar com a difícil situação da infertilidade. Em 40% dos casos este é um problema no feminino. 
No nosso país, a população feminina entre os 20 e os 44 anos é de 1,8 milhões de mulheres e a prevalência de infertilidade ao ano é de cerca de 14%. As inovadoras técnicas de procriação medicamente assistida proporcionam algumas das respostas para ultrapassar a infertilidade.
A infertilidade é um drama actualmente partilhado por muitos casais. Segundo a Organização Mundial de Saúde, perto de 10% da população tem este problema, o que, traduzido em números, significa que cerca de 80 milhões de pessoas em todo o mundo vivem a experiência de não conseguir conceber um filho. Segundo os especialistas, para que seja admitida esta definição de infertilidade, é necessário que um casal não consiga dar origem a uma gravidez um ano depois de manter relações sexuais regularmente sem recorrer a qualquer método anticoncepcional.
Quando é atingido este ponto é preciso passar à fase seguinte, não menos dolorosa para os envolvidos, que consiste em tentar saber onde reside a causa da incapacidade. Para isso, são necessárias análises e vários testes que permitam chegar a um diagnóstico final.
Pode haver a tendência para pensar que a infertilidade é, em regra, um problema feminino. A Dr.ª Madalena Barata, responsável pelo recém-criado Centro de Medicina da Reprodução do Instituto de Urologia, mostra qual é a realidade: «Quarenta por cento dos casos são originados por um problema reprodutor feminino, em 30% das situações a origem está no homem e noutras tantas são causadas por problemas comuns aos dois.» Esta especialista explica quais são as razões mais frequentes de infertilidade nas mulheres: «Os principais factores prendem-se com a ovulação e com alterações anatómicas da cavidade peritoneal. A doença inflamatória pélvica e a endometriose também levam a aderências e obstrução tubária.» No que diz respeito à ovulação as complicações podem decorrer da irregularidade ou da total ausência de períodos menstruais.
Quanto à obstrução das trompas de Falópio, este é o defeito anatómico que mais frequentemente está na origem da infertilidade. Nos países em vias de desenvolvimento esta é uma situação mais comum, pois é uma consequência directa da elevada taxa de infecções que atingem o aparelho reprodutor e da alta incidência de doenças sexualmente transmissíveis.
Ainda no conjunto das causas, sabe-se que 70% das mulheres que sofrem de endometriose passarão pela experiência de infertilidade. Isto acontece porque estas lesões bloqueiam as trompas de falópio ou interrompem a ovulação.
Existem ainda problemas da cavidade e do colo do útero, factores imunológicos e causas desconhecidas que levam a que não haja fertilidade, e consequentemente gravidez.
Quando optar pelo tratamento?
A medicina da reprodução sofreu um grande impulso neste último século. «Até 1833 pensava-se que o embrião estava pré-formado no corpo da mulher e que o sémen masculino apenas lhe dava forma e força», conta Madalena Barata.
Desde aí até ter sido concebida a primeira criança por fecundação in vitro, em 1978, foi dado um passo de gigante nesta área da medicina. E, só no espaço de 22 anos, já nasceram centenas de milhares de crianças através desta técnica e milhares através da microinjecção intracitoplasmática, nascimentos estes que antes dos métodos de procriação medicamente assistida nunca teriam sido possíveis. E é precisamente nestes métodos inovadores que reside muitas vezes a última esperança dos casais que lidam com problemas de fertilidade. «As técnicas de reprodução medicamente assistida são todas aquelas que englobam a estimulação da ovulação e a punção aspirativa dos folículos ováricos para a obtenção das células reprodutoras femininas», esclarece a especialista.
Os casais costumam ser aconselhados a recorrer a estes métodos depois de viverem durante três anos, ou mais, uma situação de infertilidade não explicada.
«Na população europeia já se realizaram cerca de 200 mil ciclos de reprodução medicamente assistida e cerca de 480 mil inseminações intra-uterinas», avança Madalena Barata.
Destas técnicas de reprodução assistida uma das mais conhecidas é a fertilização in vitro, que apresenta uma taxa de sucesso de 25% por cada ciclo de tratamento realizado em mulheres com menos de 40 anos.
Quando este método se mostra ineficaz, existe ainda a possibilidade da microinjecção intracitoplasmática. «Esta técnica realiza-se quando a qualidade do esperma não permite fecundação in vitro, isto é, não existem pelo menos 250.000 espermatozóides móveis por cada óvulo que se pretende fecundar», adianta a médica. As principais preocupações associadas a estes tratamentos têm a ver com alterações genéticas e com possíveis investigações científicas envolvendo embriões humanos. No entanto, Madalena Barata acredita que não há razões para este receio: «Até agora, a maioria dos dados são tranquilizadores em relação à incidência de malformações em crianças nascidas por acção de técnicas de medicina da reprodução.»
Resultados do tratamento
O sucesso de qualquer tratamento para a fertilidade depende de factores importantes, tais como:
  • Duração da infertilidade antes do início do tratamento;
  • Idade da mulher na altura em que iniciou o tratamento, pois a fertilidade feminina começa a diminuir aos 35 anos e reduz-se drasticamente depois dos 40;
  • Existência de problemas de fertilidade no homem.
Novo Centro de Medicina da Reprodução
No Instituto de Urologia (IU), em Lisboa está instalado o novo Centro de Medicina da Reprodução, dirigido pela Dr.ª Madalena Barata. Foi a partir das consultas de andrologia e urologia, que já há algum tempo são feitas neste instituto, que surgiu a ideia da criação de um novo centro para reprodução medicamente assistida. A inauguração oficial teve lugar no dia 21 de Janeiro.
Segundo a médica responsável, a grande vantagem deste novo serviço prestado no IU «é o facto de estar inserido num ambiente hospitalar, o que permite que o casal seja acompanhado em todas as fases, desde o momento em que é feito o diagnóstico de infertilidade».
Em Portugal existem mais sete centros deste género para dar resposta aos 10 mil casais que estão em tratamento e aos 252 mil novos casos de infertilidade que surgem todos os anos.
A responsabilidade editorial e científica desta informação é da JAS Farma, Comunicação.

Infertilidade está a aumentar em todo o mundo
Uma nova terapêutica para a infertilidade reduz para menos de metade o tempo de preparação para a fertilização in vitro, ultrapassando as várias fases do pré-tratamento tradicional. Evita assim, “uma carga psicológica negativa para o casal e diminui o tempo de tratamento, desconforto, stress e custos”.
Lisboa, 20 de Março- Um novo tratamento para a infertilidade reduz para menos de metade o tempo de preparação para a fertilização in vitro e outras técnicas de reprodução assistida. Segundo os estudos já realizados, este período de preparação pode ser encurtado para dez dias e, segundo especialistas internacionais, é possível melhorar as taxas de sucesso.
“Estes fármacos permitem tratamentos mais curtos, menos ampolas de gonadotrofinas, isto é medicamentos que estimulam a produção de óvulos, e por outro lado têm uma maior segurança e eficácia que está demonstrada”, esclarece o especialista em medicina de reprodução, Cristiano Oliveira, sublinhando que, uma vez que “o tempo de tratamento e as doses terapêuticas são menores, há vantagens manifestas para o casal”

Para além disso, alguns estudos demonstraram que doentes tratadas como tendo um prognóstico “favorável e”“normal” conseguiam uma taxa de sucesso de mais ou menos 40 por cento por cada ciclo de tratamento.
A nova substância, ganirelix, pertence a uma classe inovadora de medicamentos para a fertilidade, conhecida como antagonistas da GnRH (hormona libertadora dasgonadotrofinas), cuja função é prevenir uma luteinização prematura, “por outras palavras evita uma ovulação precoce não desejada, permitindo a recolha de óvulos de qualidade e com segurança”. Devido ao seu efeito imediato, as várias fases do pré-tratamento são ultrapassadas e o tempo encurtado.
Para Cristiano Oliveira a redução do tempo de preparação da fertilização in vitro é um dos grandes benefícios do tratamento: “um dos aspectos negativos das terapêuticas convencionais é o facto da mulher ser submetida durante três, quatro semanas a injecções diárias, o que acaba por ter uma carga psicológica muito negativa. Portanto, a diminuição do tempo de preparação, “traduz-se numa melhoria significativa, quer em termos de tempo, desconforto, stress e custos”

De acordo com o especialista, a infertilidade é um problema mundial que tem vindo a crescer e “nesse sentido, estima-se que atinge cerca de 6 a 7 por cento da população. Em Portugal, realizam-se por ano mais de dois mil tratamentos em termos de reprodução assistida, nomeadamente fertilização in vitro e microinjecção

Ao mesmo tempo, tem-se verificado um crescimento muito acentuado do número de consultas de esterilidade “aumentando necessariamente o número de casais que realizam este tipo de técnicas para resolver os seus problemas de infertilidade”.
Para além disso, “a experiência diz-nos que os casais a tratar poderão ser muito mais do que os que actualmente recorrem às consultas”. Cristiano Oliveira refere que comparando os dados de Portugal com países com uma taxa populacional semelhante, nomeadamente, a Grécia e a Holanda, “o número de tratamentos é duas a três vezes superior”.
Segundo o especialista de reprodução assistida, os casos de infertilidade dividem-se em 50 por cento de causa masculinos e 50 por cento de causa femininos e o que se sabe “é que os casos de causa feminina são habitualmente de resolução mais complicada”, esclarece Cristiano Oliveira, acrescentando que quando o factor é exclusivamente masculino, consegue-se solucionar o problema em cerca de 80 por cento dos casos.
Nesse contexto, Cristiano Oliveira refere que o factor psicológico é muito importante: “a infertilidade em si, cria um grande stress e ansiedade que necessita muitas vezes de acompanhamento, já que apesar de tudo, estas terapêuticas têm limitações”. O especialista revela que embora haja uma evolução e aumento progressivo de ano para ano, a taxa de sucesso das técnicas de reprodução assistida anda à volta dos 30 por cento por ciclo de tratamento”.
Cristiano Oliveira enumera como problemas mais comuns no homem, a falta de mobilidade ou diminuição da quantidade e da qualidade de espermatozóides, e no que diz respeito à mulher, para além da idade, a obstrução das trompas de Falópio ou a deficiência da ovulação. Por outro lado, “factores associados ao estilo de vida, como o tabaco, o stress e o aumento do consumo de álcool parecem condicionar a fertilidade do casal”

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